Estavam presentes 90 conciliares, 20 representantes de igrejas parceiras e muitos visitantes também participaram. Há 60 anos, era apenas uma floresta grande o lugar onde foi realizado este encontro.
Parte da minha viagem de ônibus foi pela BR, sendo 10 horas de viagem de Porto Velho, a capital do Estado, até Cacoal, que se localiza no sul de Rondônia. Durante a viagem de mais ou menos 500 km, mesmo procurando pelo horizonte, não consegui enxergar florestas tropicais, as raras vezes que vi, foram pequenas áreas, cerca de meio hectare ou até menos, entretanto, eu vi gado – difícil de contar, mas com certeza mais de mil cabeças de ambos os lados da BR.
Em uma tenda grande em frente à igreja em Cacoal apresentei o nosso movimento ecológico, junto com outros representantes, como o COMIN, OASE e demais comunidades locais. Com 70% dos dados de viagem das pessoas presentes, calculei o impacto do Concílio nas emissões de CO2: Mais de 23 toneladas! Significa, que todos os participantes emitiram mais de 35 toneladas de CO2! Com os R$ 967 arrecadados desses participantes, a paróquia em Porto Velho, sob a responsabilidade do P. Jadecir Rodrigues Coelho, irá comprar mudas e plantar nesta região.
Um sucesso para o meio ambiente foi a moção de vários delegados sobre um “Posicionamento da IECLB acerca do tema Justiça Ambiental”, aprovada no Concílio. Neste documento o Concílio “delega ao Conselho da Igreja a tarefa de, ainda em 2022, elaborar e emitir um manifesto, em que reafirme o compromisso com modelos sustentáveis de desenvolvimento, que considerem o cuidado com a criação de Deus, o respeito aos povos originários e que os bens naturais sejam utilizados de forma consciente, garantindo a vida digna das gerações futuras”. E o Concílio pediu também que “as instâncias da Igreja adotem programas de gestão ambiental, a exemplo do Programa Ambiental Galo Verde e outras manifestações, até 2027”. Um passo na direção, em que o Galo Verde já está há 10 anos está tentando “empurrar” para a nossa igreja.
Johannes Gerlach, Coordenador do Galo Verde
O texto completo da moção:
Moção para a 33º Concílio da IECLB
Assunto: Posicionamento da IECLB acerca do tema Justiça Ambiental
Considerando que:
– o primeiro artigo do Credo Apostólico afirma que Deus é o criador de todas as coisas;
– a visão da IECLB afirma que nossa Igreja quer ser “reconhecida como Igreja de comunidades atrativas, inclusivas e missionárias, que atuam em fidelidade ao evangelho de Jesus Cristo, destacando-se pelo testemunho do amor de Deus, pelo serviço e favor da dignidade humana e pelo respeito à criação”;
– o Concílio da IECLB em 2022, na Rondônia, acontece num local com forte urbanização em meio à Floresta Amazônica;
– desde 2012, o desmatamento na região do Sínodo da Amazônia está aumentando continuamente, de 4,5 mil para 13,2 mil km2, sem considerar a mineração.
– segundo o INPE, a Amazônia já registrou nos três primeiros dias do mês de setembro de 2022, metade dos focos de incêndio que teve no mesmo mês inteiro em 2021. Em agosto de 2020 já havia sido o mês com mais queimadas em 12 anos;
– imagens de satélite dos estados que formam o Sínodo da Amazônia apresentam uma mancha gigante de CO2;
Propomos a este Concílio:
– que delegue ao Conselho da Igreja a tarefa de, ainda em 2022, elaborar e emitir um manifesto, em que reafirme o compromisso com modelos sustentáveis de desenvolvimento, que considerem o cuidado com a criação de Deus, o respeito aos povos originários e que os bens naturais sejam utilizados de forma consciente, garantindo a vida digna das gerações futuras;
– que a IECLB crie políticas de justiça socioambiental, que sirvam de orientação para as diferentes instâncias da Igreja;
– que as instâncias da Igreja adotem programas de gestão ambiental, a exemplo do Programa Ambiental Galo Verde e outras manifestações, até 2027.