1 – Por que precisamos de um sistema de tratamento de esgoto?
Toda vez que aperta a descarga ou lava algo, você produz esgoto. Uma pergunta que muitas pessoas podem fazer é: “por que simplesmente não despejar o esgoto na terra, em casa ou em um rio mais próximo?” Há pelo menos três razões para não jogar o esgoto no ambiente:
i. Tem mau cheiro;
ii. Contém bactérias nocivas: Uma vez que a água é infectada por essas bactérias, ela se torna um risco à saúde;
iii. Contém sólidos suspensos e produtos químicos que afetam o ambiente, por exemplo:
- o esgoto contém nitrogênio e fósforo que favorecem o crescimento de algas. O crescimento excessivo das algas pode impedir a penetração da luz do sol e sujar a água;
- o esgoto contém material orgânico que as bactérias começarão a decompor. Fazendo isso, essas bactérias consumirão oxigênio da água e a falta de oxigênio matará os peixes;
- os sólidos suspensos no esgoto tornam a água escura e podem afetar a capacidade de respiração e visão de muitos peixes.
O crescimento das algas, a redução do oxigênio e a escuridão destroem a capacidade de um rio ou lago de manter a subsistência de animais. Peixes, rãs e outras formas de vida morrem rapidamente.
Extraído de: “Como funciona o sistema de tratamento de esgoto”
2 – Efeitos do esgoto sanitário na saúde humana
- No Brasil, em 2011, foram internadas por diarreia 396.048 pessoas. Destas, 138.447 foram crianças menores de 5 anos (35% do total)
- Nas 100 maiores cidades do País, 54.339 pessoas foram internadas por diarreia; 28.594 delas foram crianças entre 0 e 5 anos de idade (53% do total).
- Em 2011, os gastos do SUS com internações por diarreia no país foram de R$ 140 milhões.
- Nas 100 maiores cidades, este gasto foi de R$ 23 milhões, ou seja, 16,4% do total.
Fonte: “Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População 2008-2011” – Instituto Trata Brasil (http://www.tratabrasil.org.br).
3 – Impactos à sociedade:
- Por ano, 217 mil trabalhadores precisam se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados à falta de saneamento. A cada afastamento perdem-se 17 horas de trabalho.
- Considerando o valor médio de R$ 5,70 por hora, e apenas os afastamentos provocados pela falta de saneamento básico, os custos chegam a R$ 238 milhões por ano em horas-pagas e não trabalhadas.
- Em 2009, dos 462 mil pacientes internados por infecções gastrointestinais, 2.101 faleceram no hospital.
- Cada internação custa, em média R$ 350,00. Com o acesso universal ao saneamento, haveria uma redução de 25% no número de internações e de 65% na mortalidade, ou seja, 1.277 vidas seriam salvas.
Fonte: Pesquisa Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro – Instituto Trata Brasil/FGV, 2010.
- A diferença de aproveitamento escolar entre crianças que têm e não têm acesso ao saneamento básico é de 18%.
- Cada 1 milhão investido em obras de esgoto sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos, além dos permanentes quando o sistema entra em operação. Com um investimento de R$ 11 bilhões, calcula-se que sejam gerados 550 mil novos empregos.
- Se os investimentos em saneamento continuarem no mesmo ritmo, somente em 2122 toda a população brasileira teria acesso a esse serviço básico.
- O acesso à rede de esgoto aumenta a produtividade em 13,3%, permitindo assim o crescimento de renda na mesma proporção.
Fonte: Pesquisa Saneamento, Educação, Trabalho e Turismo – Instituto Trata Brasil/FGV ( http://www.tratabrasil.org.br)
Colaboração: Rodrigo de Bortoli
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