Foi realizado no dia 08 de junho, o Dia Mundial dos Oceanos, com:
Me. Alan S. Schulz (Pastor da IECLB e Mestre em Educação, Diretor do Centro de Eventos Rodeio 12) e
MSc. Eng. Marco A. Schulz (Engenheiro Ambiental e Mestre em Engenharia de Processos e Tecnologias Limpas).
Palavras-norteadoras:
- A água na criação do mundo (Cosmos) para o judaísmo
- Contribuições teológicas para o manejo sustentável dos recursos hídricos
- Água ao longo da história, civilizações e idades do planeta Terra
- Uso de água no Brasil e no Mundo (agricultura, indústria e cidades)
- Tecnologias, poluentes emergentes e microplástico
- Desafios no uso e gestão da água em todo seu ciclo.
- Gênesis de uma teologia da água
É possível participar nesse seminário no:
https://www.youtube.com/watch?v=JJrnZGZ9DTQ
Resumo:
O P. Alan discursou sobre “Uma teologia da água, impulsos para a sustentabilidade”:
– a cosmovisão hebraica (percepção dos cosmos e do universo);
– o histórico do povo Hebreu e a relação com o patriarca Abraão;
– o povo hebreu era um povo nômade: um clã que enfrentava grandes dificuldades para encontrar água e alimentos;
– a narrativa de Gênesis foi analisada sob um olhar etiológico: interpretar o passado para entender o presente;
– depois que o povo hebreu escapou do cativeiro na Babilônia, eles esboçaram o relato de Gênesis: o modo como Deus separou a água das terras;
– a cosmovisão hebraica analisa a água como elemento do sagrado;
– a comunidade judaia usava a água para rituais sagrados;
– Jesus usou esse elemento vital em diversas parábolas e lições;
– além disso, a água é imprescindível para a manutenção da vida.
O Eng. Marco discursou sobre um “Panorama da água no Sec. XXI – desafios e possibilidades”.
Inicialmente ele explicou a composição química e física da água. Comentou que a água funciona como um solvente universal. Fora isso, está disponível em 3 estados (gasoso, líquido e sólido). Consegue transferir, absorver e trocar calor. É importante no transporte de moléculas nos sistemas vivos. Logo, ele examinou os seguintes tópicos:
● tecnologias confeccionadas ao longo da história humana para usar a água;
● Roma, por exemplo, implantava aquedutos para lidar melhor com a água usada pelos cidadãos;
● nos dias atuais, a humanidade precisa lidar com um fato incômodo: há pouca disponibilidade de água doce no mundo; já existem áreas que enfrentam escassez de água no mundo;
● bacias hidrográficas não respeitam limites geográficos e como o Brasil concentra 12% da água doce mundial, seria uma excelente maneira de lidar com outros países para garantir a sustentabilidade;
● usos da água no Brasil: Hidrelétrica é uma delas;
● o risco dos poluentes emergentes cujo monitoramento e regulação é difícil; um exemplo de poluente emergente é o produto farmacêutico;
● gerenciar as fontes, aplicação e tratamento de poluentes emergentes é uma maneira já adotada nos países ricos para frear essa poluição;
● microplásticos são partículas de plásticos menores que 5 milímetros. Podem perturbar a cadeia alimentar;
● definição de objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) que estão alinhados com o uso responsável da água.
Considerações finais, fechamento e próximos passos:
Na economia capitalista, o trabalho humano e os elementos da natureza são privatizados, coisificados: viram mercadorias à serviço das necessidades do mercado.
Agora, será que esse modo de utilizar recursos garantem a perenidade (sustentabilidade) do Planeta Terra? Será que nossas futuras gerações poderão usufruir de um meio ambiente equilibrado com a tendência em privatizar a natureza?
A própria água é um bem declarado púbico pela Organização das Nações Unidas. O desafio é que tudo tem um preço. A economia é a arte de lidar com capitais escassos e satisfazer pessoas e instituições com um bom desempenho operacional (uso inteligente dos recursos).
Em um exemplo mais simples: empresas, Estado e organizações utilizam água através de um manejo sustentável para garantir a satisfação de todos a partir de um preço acessível. Até porque o uso da água tem um custo: despoluição, transporte e gestão eficiente são atividades custosas.
Será que a sinergia (aliança estratégica) entre Estado e iniciativa privada pode trazer respostas para o consumidor e para o cidadão de uma forma inteligente?
Um Estado que garante os direitos e deveres (cidadania) precisa ser complementado com uma iniciativa privada que sabe atuar com atividades que podem ser precificadas (contabilidade).
Se todos os cidadãos têm o direito de usufruir (aproveitar) de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, essa mesma coletividade têm o dever de preservá-lo (interdependência entre obrigatoriedades e liberdade).
O mesmo princípio se aplica às pessoas jurídicas:
● corporações podem usar água no ciclo produtivo delas;
● essas mesmas pessoas jurídicas têm o dever de usar sustentavelmente o recurso água, alinhando viabilidade econômica (custo e oportunidade), sustentabilidade e ecoinovação.
O preço só é mais um contrapeso necessário para equilibrar a balança entre obrigatoriedades e liberdades.
Felipe Gruetzmacher